Projeto da Unesp avalia contaminação de rios

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Márcia Cristina Bisinoti, do Departamento de Química e Ciências Ambientais do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, Câmpus de São José do Rio Preto, coordena o projeto ‘Dinâmica de metais em rios da Bacia Hidrográfica do Turvo/Grande’.

O objetivo principal é avaliar a contaminação dos rios da Bacia Hidrográfica do Turvo/Grande e a dinâmica de metais por meio da determinação dos fluxos na interface sedimento/água; e o papel do sedimento como fonte ou sumidouro, bem como da determinação de metais em tecidos de peixes e os níveis de metalotioneínas.

Para tanto, serão realizadas duas amostragens de sedimentos (superficial e perfil de profundidade) e de espécies de peixes com intervalos de 6 meses entre uma e outra; sendo uma representativa do período de seca e a outra de cheia em 7 locais de amostragem ao longo dos rios Preto, Turvo e Grande na Bacia Hidrográfica do Turvo/Grande.

Para os corpos aquáticos principais (represa do Rio Preto, represamento do Rio Grande e represamento do Rio Turvo) serão realizadas três coletas para cada dia de amostragem de maneira a avaliar o grau de heterogeneidade dos sedimentos destes corpos aquáticos, sendo duas localizadas próximas às margens e outra na região central.

Para as amostras de sedimento coletadas nestes três últimos locais de amostragem será realizada a coleta da coluna d’água e a extração da água intersticial, em conformidade com as recomendações da literatura. Em todas as amostras de sedimento, coluna d’água e água intersticial serão realizadas a quantificação do estoque de metal total (Al, As, Ba, Cd, Cr, Ni, Zn, Sb, Pb, Cu e K) empregando Espectrofotômetro de Absorção Atômica com Atomização Eletrotérmica (GFAAS) ou Chama (FAAS).

Será ainda realizada a caracterização dos sedimentos quanto ao pH, CHN e teor de umidade, bem como a quantificação do pH, oxigênio dissolvido, condutividade, sólidos totais dissolvidos, carbono orgânico dissolvido, turbidez e temperatura nas amostras da coluna d’água e água intersticial.

“A confiabilidade analítica dos resultados será verificada determinando as figuras de mérito dos métodos analíticos empregados para quantificação, bem como com o emprego de material referência certificado”, afirma Márcia Cristina

A quantificação do estoque de metais em tecidos de peixe e em amostras de água coletadas nos corpos aquáticos permitirá o cálculo do fator de bioacumulação.

“No fígado dos peixes destas amostras serão determinados os níveis de metalotioneínas para fins de comparação com biomarcadores de exposição desenvolvidos para as espécies a serem coletadas”, acrescenta a pesquisadora.

Para Márcia Cristina Bisinoti, os resultados deste trabalho possibilitarão gerar dados praticamente inexistentes na região de maneira a avaliar a qualidade dos sedimentos da bacia hidrográfica em questão, bem como inferir o papel que o sedimento exerce nos corpos aquáticos estudados. “Será ainda possível avaliar o impacto dos metias nos corpos aquáticos em questão, bem como trará subsídios para o entendimento da biodisponibilidade e toxicidade dos metais para a biota”, comenta.

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