Em fórum na FGV-SP, Benjamin Steinbruch destaca, diante de ministro da Fazenda, que existe divergência entre realidade percebida pelos setores produtivos e números apresentados pelo governo. A preocupação com as perspectivas da economia brasileira não é apenas da indústria, mas de todos os setores, alertou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, na abertura do 11º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).
“Na indústria já se materializou a realidade dos números que nós vivemos, mas estou falando de todos os outros setores. Na Fiesp temos uma boa avaliação daquilo que se passa com cada um dos setores. E na verdade esse desconforto está presente em cada um deles. A indústria, talvez, seja o caso mais particular, que se antecipou, mas na verdade o desconforto e o descontentamento está presente em tudo”, disse Steinbruch em mesa com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no evento coordenado pela Escola de Economia da FGV-SP em parceria com a Fiesp, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Instituto Estudos Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Afirmando que “normalmente os números não mentem”, o presidente da Fiesp disse estar angustiado. “A realidade que nós vivemos não é uma mentira. Existe divergência entre aquilo que nós hoje estamos percebendo como realidade com os números que nos são apresentados – não só pelos governos, mas pelos economistas – que não refletem o dia a dia, a realidade, o cotidiano da produção e do emprego. Isso nos causa uma tremenda agonia e nos faz, talvez, os mais pessimistas com relação aos dias que nós estamos vivendo.”
Steinbruch aproveitou a presença do ministro Mantega para uma mensagem. “Eu não quero convencê-lo das ideias, porque acho que não conseguimos até agora”, assinalou. “Mas que a gente consiga pelo menos uma convergência de números”, ponderou, afirmando que as observações têm caráter construtivo.
“O empreendedor quer empreender. O que nos angustia é a perspectiva de recessão, de desemprego e de falta de investimento. Infelizmente essa é a realidade que estamos tentando passar de forma concreta e não estamos conseguindo”, concluiu o presidente da Fiesp.
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP
Assessoria de Jornalismo Institucional