No Pará a banana é exemplo de empreendedorismo em assentamentos

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Há três anos um grupo de trabalhadores rurais do assentamento Gameleira criou o Festival da Banana no Pará, pois uma inquietação os movia: a necessidade de divulgar e valorizar o cultivo do fruto típico da região.
O festival que tem a banana como estrela e está sendo realizado pelo terceiro ano consecutivo, apresenta a exposição e venda de produtos feitos à base da deliciosa fruta, são bolos, bolachas, tortas, brigadeiro, geléias, vinagre e em especial o licor de banana, carro chefe das vendas, com uma expectativa de comercialização de mil unidades durante o festival.

Estão envolvidos na organização do evento, o assentamento Gameleira e outros cinco assentamentos: Liberdade, Felicidade, Lagoa Bonita, Patauá e Vale do Mucura II. O terceiro Festival da Banana inicia nesta sexta-feira (24) e terá duração de três dias. Além da exposição e venda de banana e seus derivados, haverá atrações culturais, competições e corrida de jegue.

Este ano o festival tem um gostinho de vitória, especialmente para as mulheres trabalhadoras rurais que manufaturam os produtos derivados da fruta. Elas acabam de conseguir o código de barras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seis dos seus produtos: doce, doce em calda, geléia, licor, vinagre e banana chips. Este é o primeiro passo para obter os selos que certificam a comercialização e até a exportação destes produtos. Isto significa novas perspectivas e a concretização de um sonho.

Frutos mais saborosos e saudáveis

O saboroso fruto da bananeira, vendido in natura, dá um lucro mensal de mais de R$ 2,5 mil a cada família. Diversas variedades de banana são cultivadas, porém a mais rentável é a banana maçã, uma caixa custa R$ 15.

O acompanhamento da empresa prestadora de Assistência Técnica Social e Ambiental do Incra (Ates) é fundamental para o cultivo de frutos de boa qualidade. “Eles nos orientam sobre as melhores técnicas de cultivo e controle de pragas. O resultado são frutos mais saborosos e maiores com grande acolhida tanto no mercado interno como fora do estado”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraf), Eudécio Gomes do Rego.

Agregando valor

A elaboração e venda dos derivados de banana agregam valor à produção. As mulheres estão organizadas na Cooperativa de Artesanatos e Aprendizado Sociais, Doces e Derivados (COPASD). Atualmente, contam com 40 cooperadas e já tem uma cartela de mais de cem clientes interessados nos produtos.

Muitos são os planos destas mulheres empreendedoras, que pretendem inaugurar, em setembro, uma loja para venda e exposição das mercadorias em São Geraldo do Araguaia. Simultaneamente, elas lançarão uma página na Internet para divulgação e comercialização dos produtos. Segundo Vânia Miranda, idealizadora da cooperativa, já existem vários interessados nos derivados de banana, tanto dentro do Brasil como no exterior, em diversos países da Europa.

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