Pesquisa do MS mostra perfil da saúde do brasileiro

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No Dia Mundial da Saúde, comemorado hoje (7), o ministro da Saúde José Gomes Temporão anunciou dados inéditos sobre indicadores de qualidade de vida no Brasil. A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, Vigitel 2008, revelou que os brasileiros estão mais atentos com a sua saúde. “O brasileiro faz mais atividade física, consome menos carne gordurosa, está fumando menos. Ampliou-se o acesso ao diagnóstico da hipertensão arterial. As mulheres que fazem mamografia e exame preventivo do câncer foi ampliado. Por outro lado, persiste o número de brasileiros com excesso de peso, obesos e o consumo de bebida alcoólica, principalmente beber e dirigir, voltou ao padrão anterior da vigência da Lei Seca”, afirma Temporão.

A pesquisa também mostra que é comum entre os brasileiros o hábito de dirigir após beber. “A luz amarela acendeu. É uma questão que se enfrenta com fiscalização e com a construção de um novo padrão de consciência da população”, comenta o ministro da Saúde. Por isso, o Ministério da Saúde e o Ministério das Cidades lançam nesta quarta-feira, 8 de abril, campanha de prevenção a acidentes voltada tanto para aqueles que dirigem alcoolizados quanto para os caminhoneiros que consomem anfetaminas durante a longa jornada de trabalho.

O Vigitel 2008 foi realizado por amostragem com 54 mil pessoas residentes nas capitais e no Distrito Federal. É o terceiro ano consecutivo que o Ministério realiza o levantamento. O questionário inclui perguntas sobre hábitos alimentares, atividade física, auto-avaliação do estado de saúde, tabagismo, consumo de álcool, prevenção de câncer, excesso de peso e obesidade.

Com os resultados do estudo, o Ministério da Saúde registra informações para subsidiar o monitoramento dos fatores de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis (câncer, infarto, derrame, etc) e contribuir para o planejamento de ações que reduzam a ocorrência dessas enfermidades.

Veja os principais resultados do estudo nas 27 capitais :

1 – Álcool e direção

Cresce consumo de álcool no Brasil

No Brasil, as informações sobre o consumo abusivo de álcool mostram tendência de crescimento. Em 2008, 19% declaram ter consumido álcool de forma abusiva em alguma ocasião nos últimos 30 dias. Em 2007, foram 17,5%; em 2006, primeiro ano do Vigitel, foram 16,1%. O consumo é mais freqüente em faixas etárias mais jovens – alcançando 30% dos homens e 10% das mulheres entre 18 e 44 anos.

Veja texto completo: Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Consumo abusivo de álcool é 3x maior entre homens em relação às mulheres

Dados inéditos do Ministério da Saúde confirmam que o consumo abusivo de álcool continua mais freqüente e intenso entre os homens em relação às mulheres. De acordo com dados do Vigitel 2008, o percentual de consumo abusivo de álcool para o sexo masculino é de 29% dos entrevistados, 10 pontos percentuais acima da média nacional (19%) e três vezes maior do que o registrado entre as mulheres (10,5%). De acordo com o estudo, o percentual de consumo abusivo de álcool entre homens em 2008 foi o maior desde 2006, quando teve início o Vigitel. Há três anos, 25,3% dos homens entrevistados afirmaram ter consumido abusivamente o álcool, contra 27,2% (2007) e 29% (2008).

Veja texto completo: Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Mulheres aumentaram o consumo abusivo de álcool

As mulheres estão bebendo mais. De acordo com o Vigitel, em 2008 o percentual de consumo abusivo de álcool foi de 10,5%, contra 9,3% em 2007 e 8,1% em 2006.

Veja texto completo: Cresce consumo abusivo de álcool entre os brasileiros

Beber e dirigir

O brasileiro voltou a beber e dirigir com mais freqüência nos últimos meses de 2008 em relação aos primeiros meses da Lei Seca, em vigor desde junho do passado, e reverteu a tendência inicial de queda verificada pelo Ministério da Saúde. Nos meses de julho, agosto, setembro e outubro do ano passado, os percentuais de pessoas que afirmaram ter consumido álcool de forma abusiva e ter dirigido depois foram de 1,3%, 0,9%, 1,2%, 1,2%, respectivamente. Em novembro e dezembro, os percentuais saltaram para 2,1% e 2,6%, dados bastante elevados em relação aos meses anteriores.

Com relação ao cenário nacional, o dado percentual médio do Brasil foi de 1,5%, menor do que os 2% verificados em 2007, ano em que Vigitel iniciou a pesquisa sobre álcool e direção.

Comparativo do consumo abusivo de bebidas alcoólicas* e direção de veículo motorizado em capitais brasileiras, entre julho a dezembro de 2007 e 2008 e primeiros meses de 2009 .

Tabela 1 – Álcool e direção

2007

2008

2009

JANEIRO

 

 

1,9

FEVEREIRO

 

 

2,0

MARÇO

 

 

2,3

ABRIL

 

1,8

 

MAIO

 

1,8

 

JUNHO

 

1,9

 

JULHO

2,2

1,3

 

AGOSTO

1,9

0,9

 

SETEMBRO

2,0

1,2

 

OUTUBRO

2,1

1,2

 

NOVEMBRO

1,8

2,1

 

DEZEMBRO

2,1

2,6

 

Fonte: Vigitel 2008

* Para o estudo, foi considerado abusivo o consumo de mais de quatro doses de álcool para as mulheres e mais de cinco para homens, em mesma ocasião, evento ou festa, nos últimos 30 dias. A avaliação considera como dose de bebida uma lata de cerveja, uma taça de vinho uma ou uma dose de destilados como uísque ou vodka.

Veja texto completo: Cresce o número de pessoas que dirigem após beber

Campanha de prevenção a acidentes

Quem bebe e dirige em seguida e os caminhoneiros são os principais focos da nova campanha de alerta sobre os riscos dos acidentes de trânsito. Com o slogan “Por você e pelos outros, respeite as leis de trânsito”, as peças publicitárias serão veiculadas de 8 a 30 de abril em televisões, rádios, internet, revistas, jornais, mobiliário urbano e outdoors.

A preocupação é com o uso de anfetaminas feito por pessoas dessa categoria profissional para se manter acordadas durante longas jornadas de trabalho. A droga é utilizada para reduzir o sono e o cansaço, permitindo ao profissional trabalhar mais horas no dia.

Veja texto completo: Governo lança campanha de prevenção de acidentes

2 – Obesidade

13% dos brasileiros são obesos

Excesso de peso se manteve estável nos últimos anos (43,3% dos brasileiros), mas a obesidade aumentou nos brasileiros, especialmente nas mulheres. Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que hoje 13% dos adultos são obesos, sendo o índice maior entre as mulheres (13,6%) do que entre os homens (12,4%). Em 2006, quando foi apresentada a primeira edição do sistema Vigitel, 11,4% dos brasileiros eram obesos. No ano seguinte, esse índice subiu para 12,9%.

Veja texto completo: 13% dos brasileiros adultos são obesos

3 – Tabagismo

Consumo de cigarros entre os jovens caiu à metade nos últimos 20 anos

O estudo Vigitel 2008 mostra que 14,8% dos jovens entre 18 e 24 anos têm o hábito de fumar. Em 1989, os jovens fumantes eram 29%. De acordo com Deborah Malta, coordenadora da área de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, um dos fatores mais importantes no controle do tabagismo é evitar o início do vício entre adolescentes e jovens.

A tendência é de forte queda para o consumo de tabaco em todas as faixas etárias. A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada há 20 anos, mostrou que 35% da população adulta no Brasil era fumante. Segundo o Vigitel 2008, esse índice caiu para 15,2%. Apesar de o Brasil estar entre os países com menor incidência de tabagismo do mundo, o objetivo é reduzir esse número, em especial entre os jovens e mulheres fumantes. Em 20 anos, metade dos fumantes abandonou o tabagismo.

Veja texto completo: Cai consumo de tabaco entre os jovens

4 – Alimentação

Aumenta o consumo de frutas e hortaliças. Cai o consumo de carnes gordurosas

No Brasil, 15,7% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada de frutas e hortaliças – quase três vezes mais do que em 2006. Se há três anos apenas 5,6% dos adultos consumiam a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de cinco porções em cinco dias ou mais da semana, hoje há motivos para comemorar.

Veja texto completo: Melhora a alimentação do brasileiro

5 – Prevenção de câncer e auto-avaliação de saúde

71% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram mamografia nos últimos 2 anos

De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, 71% das mulheres brasileiras entre 50 e 69 anos fizeram o exame de mamografia nos últimos dois anos. As maiores freqüências de realização do exame foram registradas em Belo Horizonte (84,1%), Vitória (81,9%) e Florianópolis (80,6%). As cidades de Palmas (49,2%), Rio Branco (51,1%) e Macapá (53,5%) estão entre as cidades com menores frequência, abaixo da média nacional. O Vigitel revela que cobertura do exame aumenta com o nível de escolaridade, chegando a 89,2%, para as mulheres com 12 anos ou mais de estudo.

Veja texto completo: 71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

Apenas 4,5% dos brasileiros declaram ter estado ruim de saúde

Em 2008, apenas 4,5% dos entrevistados do Vigitel afirmaram que estavam com a saúde fora de suas expectativas. Embora as mulheres vivam mais, são elas quem mais avaliam pior o próprio estado de saúde. Isso porque as mulheres são mais sensíveis e percebem mais os problemas de saúde do que os homens, que dão pouco importância ao seu próprio corpo. Quanto maior a escolaridade, maior é a procura por avaliações de saúde por parte da população.

Veja texto completo: 71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

80,9% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame HPV nos últimos 3 anos

Prevenção do câncer do colo de útero – Segundo o Vigitel, a média nacional para frequência de realização do exame Papanicolau, nos últimos três anos, foi de 80,9%, entre as mulheres entre 25 e 59 anos. O estudo mostra que a cobertura aumentou para 89,8% nas pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade. As cidades com as maiores coberturas do exame são nos foram identificadas em São Paulo (92,7%), Porto Alegre (90,6%) e Florianópolis (90,5%). As menores coberturas do exame estão nas cidades de Maceió (72,9%), Fortaleza, Distrito Federal e Belém (74,8%) e Natal (75%).

Veja texto completo: 71% das brasileiras fizeram exame de mamografia

Cai o uso de proteção solar. 39% dos brasileiros se protegem contra UV

De 2007 para 2008, a média nacional de frequência de proteção contra radiação ultravioleta (uso de protetor solar, chapéu ou sombrinha e roupas adequadas) caiu de 53,3% para 39%. As maiores freqüências de proteção foram declaradas por moradores de Florianópolis (50,9%), Palmas (49,8%), Distrito Federal (47,7%) e Curitiba (47,2%), de acordo com o Vigitel. O Rio de Janeiro é a capital com o menor percentual de proteção, 30,8%.

Veja texto completo: 71% das brasileiras fizeram exame de mamografia


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