Conselho Monetário fixa em 4,5% meta de inflação para 2014

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Brasília – O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou, há pouco, o estabelecimento da meta de inflação para 2014 em 4,5%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como ocorre habitualmente, poderá haver variação de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Segundo o secretário de Política Econômica, Márcio Holland, desde 1999, o Brasil está sob o regime de metas de inflação, que tem se mostrado flexível o suficiente para enfrentar turbulências como as que vêm ocorrendo atualmente na economia internacional.

“Esta tem sido uma estratégia de política monetária bastante exitosa no país e com diversas vantagens. Uma delas é a flexibilidade para se enfrentar ambientes incertos como aqueles em que estamos vivendo atualmente”, disse Holland.

Daniel Lima
Colaborou Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco

Alta do dólar levou BC a aumentar estimativa de inflação oficial para este ano

Brasília – O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, disse hoje (28) que o efeito da alta do dólar sobre a inflação no país é relativamente rápido. Isso porque os produtos importados ou cotados em dólar ficam mais caros.

Segundo o diretor, atualmente o câmbio tem efeito menor sobre a inflação do que há cerca de dez anos, porque os agentes econômicos estão mais acostumados com o atual regime cambial. “Mas não quer dizer que tenha importância nenhuma. Como o real se depreciou nos últimos três meses, o impacto da depreciação do câmbio sobre a inflação é relativamente rápido”, disse.

De acordo o diretor, esse efeito explica “em grande parte” a elevação da projeção da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, em 0,3 ponto percentual, para 4,7%. Para 2013, a estimativa de IPCA passou de 5,2% para 5%. Nos dois primeiros trimestres de 2014, a inflação em 12 meses deve ficar em 5,1%, de acordo com o previsão.

“A inflação ainda está alta porque, apesar de a atividade ter sido mais moderada no passado recente, estamos longe de estar na situação de outras economias onde a taxa de inflação está muito mais baixa. A economia brasileira não está em crise”, justificou.
Segundo o diretor, o setor de serviços apresenta mais resistência à queda da inflação. “O mercado de serviços está bastante aquecido. Isso faz com que a inflação nesse segmento se manifeste bastante resistente”. Araújo citou ainda a indexação como um dos fatores que dificultam a queda dos preços no país.

Araújo acrescentou que o potencial da política monetária feita pelo BC, com alterações na taxa básica de juros, a Selic, “cresceu bastante nos últimos anos”. Entretanto, há uma demora da economia para reagir aos impulsos. O BC tem reduzido a taxa Selic, atualmente em 8,5%, desde agosto do ano passado. “Entendemos que já existe alguma coisa acontecendo. Neste trimestre, a taxa de crescimento deve ter sido melhor do que a do primeiro. Mas, como os efeitos são defasados e cumulativos também, a gente acredita que a resposta será maior no segundo semestre”, disse.

O diretor destacou que houve desaceleração no primeiro trimestre além do esperado, mas já no atual trimestre (abril, maio e junho) a taxa de expansão será mais elevada.
Além das projeções para a inflação, o BC divulgou a revisão para baixo na projeção de crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,5% para 2,5%.

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade

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