CLBI lança dois Foguetes de Treinamento Básico

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O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CBLI), localizado em Parnamirim (RN), realiza, nos dias 20 e 21, às 17h, a segunda fase da operação Fogtrein, com o lançamento de dois Foguetes de Treinamento Básico (FTB). A Fogtrein II tem como objetivo treinar os recursos humanos, operacionais e equipamentos do CLBI e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Conforme o chefe da Divisão de Operações do CLBI, tenente coronel aviador Ricardo Rangel, a operação também visa certificar foguetes instrumentados para o aprimoramento e a manutenção da capacidade operacional dos Centros, previstas no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

“Estes lançamentos permitirão avaliar, mais uma vez, a estabilidade aerodinâmica dos veículos e verificar a qualidade dos sistemas de bordo que compõem a carga útil. Todos os dados obtidos servirão como base para os processos de certificação de projeto de desenvolvimento dos veículos FTB”, observa.

O FTB é um foguete mono-estágio, não guiado, com 3,05 metros de comprimento e 67,8 quilos. O motor propulsor é composto de combustível sólido e tem apenas uma fase de queima de quatro segundos, alcançando mais de 30 quilômetros de altura e caindo em alto mar a mais de 16 quilômetros da costa. Nesse voo, os foguetes já estão preparados para disponibilizar cinco quilos de carga útil para experimentos tecnológicos, bem como instrumentos de acompanhamento das estações de telemedidas. Além do efetivo do CLBI e do CLA, a atividade contará com a participação de engenheiros da da Agência Espacial Brasileira (AEB), Avibras – fabricante dos foguetes -, Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). A primeira fase da Fogtrein ocorreu em agosto deste ano, no CLA. Na ocasião, dois foguetes foram lançados com sucesso.

Programa Espacial Brasileiro

O investimento em atividades espaciais no Brasil traz benefícios dos mais diversos: pesquisas de novos medicamentos, materiais e equipamentos eletrônicos, cartografia com a utilização de satélites, imagens em tempo real da localização de queimadas e desmatamento, e informações meteorológicas. Os foguetes são um pilar do Programa Espacial Brasileiro, desde sua criação em 1961. O primeiro deles, um Nike-Apache, decolou em 1965, do Rio Grande do Norte. De lá para cá, centenas já foram lançados, tanto no CLBI quanto do CLA, que possuem a melhor localização geográfica para lançamento de foguetes e satélites.

A partir da criação da Agência Espacial Brasileira (AEB) em 1994, a comunidade científica foi estimulada a participar no desenvolvimento de pesquisas. Neste sentido, a AEB criou os programas Microgravidade e Uniespaço, destinados a fomentar projetos de pesquisas espaciais de interesse do setor acadêmico. Em todo o mundo, menos de uma dezena de países lançam foguetes, e pouco mais de 20 nações desenvolvem satélites. O que elas têm de vantagem, e o Brasil se inclui nesta lista, é poder usar essa tecnologia para atender de maneira autônoma as suas prioridades nacionais.

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